Leonard Cohen escreveu e compôs "Hallelujah", editado em "Various Positions", de 1985, mas a interpretação de Jeff Buckley, no "Grace", de 1994, aperfeiçoou extraordinariamente o tema. Diz-se que Cohen, depois de ouvir Buckley, terá dito que não mais teria coragem para cantar a sua própria canção – não sei se isto é verdade, tem ar de lenda urbana, mas a canção de Jeff Buckley impõe-se a qualquer outra, até, um bocadinho, ao original de Cohen. "Hallelujah" não é uma canção de Natal ou uma canção de amor convencional: é um poema de amor total que usa um imaginário antigo, rico, e o reconcilia com a sensibilidade actual, a do homem que se questiona e questiona, que não sabe, que cai e se levanta, se desanima, anima e continua. Poema de amor, desilusão e fé, "Hallelujah" abre, de uma forma muito bonita, a ideia de hallelujah. Sobretudo em Buckley, que teve de dar muito de si para chegar a esta guitarra assombrosa, a este ritmo, à voz a des