A ÍNDIA - Em comentário de Jomar Pereira da Silva Roscoe
Jomar Pereira da Silva Roscoe(*)
Acabo de chegar de uma viagem de 30 dias pela Índia onde testemunhei os tremendos desafios que enfrentam tanto o povo como o governo daquele País, com mais de 1 bilhão e 200 milhões de habitantes, sendo 400 milhões de pobres e analfabetos.
Para os visitantes, como eu, impressiona aeroportos modernos e extremamente funcionais, bons hotéis, comida farta e apimentada, contrastando com miséria absoluta e milhares de pessoas pedindo comida nas ruas.
O trânsito é absolutamente caótico, a começar pela mão inglesa, com volantes do lado direito, motoristas que buzinam intensamente, na maioria das vezes sem necessidade, ruas divididas com triciclos, ônibus, vacas, elefantes, camelos, motocicletas, uma desordem que só os motoristas locais entendem.
A religiosidade é transparente e exuberante, com 360 divindades formalmente reconhecidas, templos maravilhosos, como por exemplo, o Akshardham, inaugurado em Delhi há poucos anos e que já supera o emblemático Taj Mahal em beleza e atratividade, pois instalaram espetáculos deslumbrantes de luzes e águas, além de um passeio de barco onde os visitantes acompanham o desenvolvimento da história humana, num formato que faz lembrar a Disneylândia, só que com foco religioso.
Propositalmente coloquei no título dessa matéria um ponto de exclamação no lugar do Í, da índia, para enfatizar da importância da campanha publicitária criada em 2002 por V.Sunil, Diretor de Criação da agência Ogilvy & Mather, de Delhi, por solicitação do Ministro do Turismo,Amitabh Kant, e que usa desse recurso ortográfico para ressaltar o quanto a Índia provoca de exclamações.
Verdade que essa venda do país como marca publicitária já rendeu um crescimento de 16% de turistas no primeiro ano e 28.8% no segundo e a partir de 2004 já colocou a Índia entre os 5 destinos mais preferidos no mundo.
Mostrar um país por outros ângulos, além da política, hospitalidade e vegetarianismo está no conteúdo das peças publicitárias.
Visitei o Taj Mahal, na paupérrima cidade de Agra, indo de trem por quilômetros de terras cultivadas em meio a aldeias com habitantes mal nutridos.
Em Rishikesh, um local de muita importância religiosa para os hindus, arrisquei um mergulho no sagrado Rio Ganges, uma temeridade, uma vez que a água é comprovadamente poluída.
Em Mysore pude montar num elefante e conhecer um deslumbrante palácio, forte contraste social.
Outra surpresa é Bangalore, vista pelo mundo moderno como uma cidade de alta tecnologia, especialmente no setor de informática, reflete uma aparência confusa, misturando prédios modernos com decadentes.
Dediquei parte significativa da minha viagem instalado no Asham do recém falecido Guru, Sai Baba, reconhecido internacionalmente por seus milagrosos poderes, na minúscula cidade de Puttaparthi.
Fui conferir o motivo de minha mãe Maria ter ido lá por 14 anos seguidos, sempre acompanhada do marido o Professor José Hermógenes,
O local é um paraíso espiritual, uma espécie de universidade do bem, onde se reza e se medita muito, ideal para reflexões interiores, só por isso já justificando a permanência em aposentos simples mas confortáveis, com alimentação sadia e incrivelmente barata.
Ali é um lugar ideal para se fortalecer o espírito e reconhecer que não se vai a Índia em busca de “informação” mas de “transformação”.
A viagem provoca os visitantes, exige reflexões profundas, estimula a humildade, tolerância e amor a Deus, a qualquer Deus.
Não se sai da Índia indiferente. Volta-se uma pessoa melhor.
Essa a maior e mais rica bagagem da viagem.
Namastê!
Jomar Pereira da Silva Roscoe
Diretor Secretário do IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO
JORNALISTA, PUBLICITÁRIO E PRESIDENTE DA ALAP
Nasceu em BELO HORIZONTE, VIVE NO RIO DE JANEIRO
Comentários
Ele vem sem manual, mas segue um manual
Veja o manual no SEGREDOS E ATALHOS DO IPAD com iOS 5
Ele vem sem manual, mas segue um manual
Veja o manual no SEGREDOS E ATALHOS DO IPAD com iOS 5