"Todo mundo tem dentro de si um fragmento de boas notícias. A boa notícia é que você não sabe quão extraordinário você pode ser! O quanto você pode amar! O que você pode executar! E qual é o seu potencial!" ( Anne Frank )
Judia alemã, Anne Frank nasceu em 1929 e morreu em 1945. Filha de um comerciante, viveu com a sua família em Frankfurt até que à chegada ao poder do partido nazi se seguiu um agravamento das manifestações de anti-semitismo no país. Em 1941, a família emigrou para Amesterdão, onde Anne passou a viver confinada a um esconderijo. Durante dois anos, escreveu um diário em que relata a experiência da perseguição movida pelos nazis e fala dos terrores que se abatiam sobre os que com ela partilhavam aquele pequeno espaço. A família acabou por ser descoberta e transportada para o campo de concentração de Bergen-Belsen, onde Anne e sua mãe viriam a morrer. O diário de Anne Frank é um dos mais vivos testemunhos do horror que o nosso século conheceu. Encontra-se traduzido em mais de trinta línguas e fez da sua jovem autora um símbolo do sofrimento dos inocentes perante a injustiça. A casa de Amesterdão que albergou a família Frank é hoje um museu.
Todos conhecem a história profundamente dramática da jovem Anne Frank. Publicado pela primeira vez em 1947, por inicativa de seu pai, o Diário veio revelar ao mundo o que fora, durante dois longos anos, o dia-a-dia de uma adolescente condenada a uma voluntária auto-reclusão, para tentar escapar á sorte dos judeus que os alemães haviam começado a deportar para supostos «campos de trabalho».




Apreciação

A história de Anna Frank é daquelas que uma pessoa ouve falar durante muito tempo, ficando a conhecer alguns passos do seu percurso e o seu triste fim, mesmo que nunca tenha lido o seu diário. Finalmente, li o livro e tenho a dizer que esta se trata, sem dúvida, de uma obra imperdível.

O livro é narrado por uma rapariga judia de 13 anos à medida que conta ao seu diário, um género de amiga imaginária, a experiência terrível por que passa durante a II Guerra Mundial. A sua família e outras pessoas vêem-se “mergulhadas” (termo utilizado para referir o desaparecimento de famílias judias, acolhidas por alemães anti-nazis) num género de anexo – uma casa escondida por cima de um escritório, durante a ocupação nazi em Frankfurt.

Nestes dois anos, entre 1942 e 1944, não só notamos o rapidíssimo desenvolvimento intelectual de Anne – que começa por falar dos rapazes seus admiradores até confessar que quer terminar com a sua vida plena de medo e simplesmente morrer – como conhecemos uma forma de vida completamente miserável que apenas luta por um objectivo – a sobrevivência. As passagens em que descreve o dia-a-dia destas oito pessoas não pode deixar de impressionar, visto que se encontram enclausuradas numa casa pequena, escura, com falta de condições higiénicas, pobremente fornecida com bens de primeira necessidade, obrigatoriamente silenciosa e com o contínuo risco de estas pessoas serem encontrados e levados para campos de concentração.

Uma das passagens que mais me impressionou foi aquela em que Anne descreve o sonho que teve com uma grande amiga – também judia , em que a vê cadavérica, sofredora, miserável. Nessa altura, Anne tem mais uma crise de angústia e confessa que preferia ter sido ela a ter sido levada, de forma a poupar a vida da sua amiga. Indescritível, tendo em conta que se trata de uma rapariga que, de facto, passou por esta experiência, que passou por estes momentos e que, para tristeza dos leitores e seguidores de todo o mundo, acabou por ter de enfrentar todos os seus medos e deixar tudo para trás.
Sugestão
Foi recentemente lançado um livro muito semelhante a este. Tratando-se também da publicação de um diário pessoal, “Diário” de Hélène Berr narra a história de uma família judia em França que luta pela sobrevivência durante a ocupação nazi.
Ficha técnica
Diário, de Anne Frank


Ano de edição ou reimpressão: 2002

Editor: Livros do Brasil

ISBN: 9789723826043

Dimensões: 20,9 x 13,9 x 2,4 cm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 440
Classificação: Romance




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