SIDNEY RESENDE
Haiti e os ricos

O terremoto no Haiti trouxe consequências perversas para um povo já cravado na pobreza e na miséria. Um país sem infraestrutura e que não tem nem condições de enterrar seus mortos.
Crianças dormem recostadas em corpos em decomposição. Pessoas caminham nas ruas e, de repente, param, as pernas tremem, despencam e ficam ali por horas. Até repousam sobre a terra ou resto de asfalto. Não tem polícia, não tem ajuda humanitária para todos. Não tem ordem pública.
Falta luz, água potável e comida. Porto Príncipe é uma terra arrasada. Mais por incapacidade de reagir do que qualquer outra coisa.
Eis que de repente os países ricos descobrem que precisam ajudar a este sofrido povo. Até então, somente abnegados da Onu, Cruz Vermelha, Médicos Sem Fronteiras e poucos governos, como o brasileiro, faziam alguma coisa.
Os soldados do Exército brasileiro, a bem da verdade, realizam um grande trabalho na região que foi o epicentro da maior tragédia dos últimos 200 anos.
Daqui para frente, veremos celebridades internacionais abraçando uma causa que não lhes era familiar. O ator George Clooney já anunciou uma longa jornada na mídia para arrecadar dinheiro para os desabrigados. Que bom.
Bono Vox, Madonna e astros de Hollywood devem emitir, em breve, além de suas condolências, auxílios. Nada de mau. É um dever. O que se espera é uma ajuda verdadeira, e não oportunista.
Ajudar com o chapéu dos outros é fácil. Botar a mão na massa é difícil. O Brasil tem feito sua parte. Por mais que faça, ainda é pouco. O governo já anunciou a liberação de US$ 15 milhões para socorrer os necessitados.
Os países ricos precisam acordar e colaborar. Será que só chegou a hora por causa da tragédia de terça?
Fonte:
http://www.sidneyrezende.com/noticia/70524+haiti+e+os+ricos

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